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Você sabe o preço dos serviços? Não sabe porque a emoção interfere.

O dinheiro pode ser algo aparentemente simples. Com isso, quando usamos o nosso dinheiro passamos por uma transformação maior que a simplicidade de cálculos numéricos de forma que uma complexidade de emoções passa a determina nosso comportamento de maneiras peculiares, das quais não nos julgaríamos capazes. Isso frequentemente nos conduz para alternativas bem diferentes dos nossos interesses declarados.

Mas por que isso professor? Vários são os motivos que nos fazem tomar decisões: quer seja pela nossa intuição/percepção quer seja pelo nosso raciocínio. Mas, por vezes, há uma maior participação da nossa intuição/percepção e ela pode ser falha.

Na coluna de Tiago Rodrigo ele exemplifica uma situação em que estamos chegando do supermercado com várias sacolas e, ao colocar a chave na fechadura da porta de casa, ouvimos um ruído e percebemos que parte da chave ficou presa, quebrada. Logo, não há outra alternativa, devemos chamar um chaveiro, profissional qualificado para esta atividade.

No primeiro cenário, o profissional conserta a fechadura em meros 5 minutos e cobra R$ 100,00 pelo serviço. No segundo cenário, o profissional leva 1 hora para finalizar o trabalho, cobrando também os mesmos R$ 100,00.

Na coluna do TIago Rodrigo se somos como a maioria das pessoas pesquisadas, nossa resposta indica que o segundo profissional “merece” mais os R$ 100,00 do que o primeiro. Afinal, ele trabalhou mais.

Será que essa lógica está correta? O segundo profissional pode ter demorado mais porque tinha menos habilidade ou não dispunha dos equipamento adequados para consertar a fechadura – em outras palavras, estaríamos remunerando o “esforço”. Para a segunda opção, estaríamos remunerando a competência.

De maneira geral, a precificação de um serviço, portanto, não deveria ter nada a ver com o esforço dedicado à sua conclusão. Pelo contrário: ela seria mais assertiva se remunerasse a maneira como esse serviço serviu ao nosso objetivo: entrar em casa o mais rápido possível para guardar as compras e descansar.

Como já falamos, vários são os motivos pelos quais podemos tomar uma decisão inadequada. Neste caso, apesar do pagamento ser realizado em qualquer das situações há uma sensação de perda quando pagamos por um serviço rápido. Isso porque somos avessos às perdas.

Assim, na hora de contratar um serviço ou comprar um produto (imagina um refrigerante de 500 ml custar R$8,90 e sua versão “pode repetir” custar R$10,90) observe o que está envolvido na precificação e, observe se você não está contaminado pela sensação de perda. Ela pode atrapalhar você: embora eu não seja nutricionista um refrigerante de 500 ml é mais do que suficiente, mas para você não ficar com a sensação de perda é bem possível que você compre o refil. Na dúvida, é mais saudável comprar água.

Espero que tenham gostado.

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