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Será que a ausência de disciplinas voltadas à Educação Financeira pode interferir nas finanças dos universitários?

Em outras oportunidades tive o cuidado de tratar qualquer assunto a partir de uma amostra estatisticamente representativa. Em relação à pesquisa feita, a partir de uma população de graduandos de cursos de gestão (Administração e Contábeis) de um Departamento de uma Universidade, temos uma ideia. Logo, as conclusões obtidas não refletem o que pensam todos os estudantes dos cursos de gestão da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), mas tão somente aqueles alunos do campus I (Salvador).

Qual o motivo desta pesquisa, professor? Meu orientando foi levado por uma inquietação pessoal, mas também por outro trabalho acadêmico realizado em 2020 com estudantes de graduação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Nela, os autores concluíram dificuldades dos alunos em relacionar o mercado financeiro com suas decisões diárias.

Na pesquisa realizada na Uneb (e publicado na Revista científíca Scientia) ficou evidente que:

69,5% concordam totalmente que é importante estudar educação financeira pessoal na graduação;

76,2% concordam totalmente com a inserção de disciplina de finanças pessoais na matriz curricular;

43,9% concordam totalmente, que é possível usar alguns conceitos vistos nas disciplinas para a gestão das finanças empresariais em finanças pessoais;

86,6% concordam totalmente que é na infância que se deve começar a educar financeiramente;

79% concordam totalmente que há influência da mídia no consumo impulsivo;

87,8% concordam totalmente que a falta de gestão pode conduzi-los ao endividamento;

Além destas constatações, outras podem ser vistas na pesquisa. Ainda sobre a educação financeira na infância, tal percepção está alinhada com outras pesquisas (Nunes (2022)) ao contextualizar que o Brasil se encontra abaixo de muitos países como Estados Unidos, Noruega, Reino Unido entre outros, em decorrência de não se preocupar em educar financeiramente as crianças e jovens.

Semelhante a pesquisa motivadora, realizada em 2020 com estudantes de graduação da Universidade Federal de Pernambuco, os achados não os mesmos quando o assunto é finanças pessoais.

Nas considerações finais da pesquisa, meu orientando chega à conclusão que os estudantes apresentam noções sobre finanças pessoais, mas que para desenvolver competências e habilidades para lidar com as próprias finanças requerem mais instruções.

Apesar da amostra ser significativa e abranger somente uma população de estudantes de um Campus de uma Universidade multicampi, a pesquisa consegue ser um retrato com as mesmas características de outras pesquisas com jovens universitários.

Ou seja, a inserção de disciplinas de educação financeira em sala de aula, ainda que de maneira introdutória, na percepção dos alunos investigados, agrega conhecimento e mudança de comportamento, consolidando indivíduos responsáveis e preocupados com o longo prazo.

Espero que tenham gostado.

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