Se investimento não é estudo de finanças, como você comporta-se com seu dinheiro?

Na Revista Capital Aberto, o colunista Peter Jancso trata do livro A psicologia financeira de Morgan Housel. Para o colunista o fio condutor do livro está em histórias de diferentes pessoas que mostram que cuidar do dinheiro não está relacionado ao conhecimento do mercado financeiro, mas como elas se comportam ao tratar dos investimentos (suas aplicações financeira). Ainda para o colunista a indústria de “aconselhamento financeiro” fala sobre o que elas devem fazer com o dinheiro, mas pouco sobre o que acontece quando efetivamente tentam fazê-lo.

Tentam fazê-lo, é isso mesmo professor? Sim, é isso mesmo. As contribuições do professor Daniel Kahneman e de Amos Tversky sobre Representatividade, Disponibilidade e Ancoragem (são três heurísticas) indicam que não somos bons tomadores de decisões. Logo, quando trata-se de investimentos isso não muda muito.

Além dos gestores de investimentos e dos agentes autônomos, no Brasil, com o fortalecimento das redes sociais o números de influenciadores digitais cresceu e com ele cabem um par de observações:

A primeira delas é sobre a necessidade de certificação para o exercício de opinar sobre um tema tão importante.

A segunda, é sobre os resultados apresentados. O próprio Daniel Kahneman diz da necessidade do longo prazo para “separarmos” talento e sorte. Logo, bons resultados no curto prazo ainda são insuficientes para distinguir talento de sorte.

Mas por que esse par de observações?

Porque “conselheiros financeiros” podem indicar o que deve ser feito, mas nem sempre isso acontece. Somos regidos por intuição e percepção de um lado e racionalidade, do outro. De modo geral, há predominância da intuição e percepção. Ou seja, somos:

impulsivos

míopes em relação ao tempo

sofremos influência social (também definida por Maldição Social)

não gostamos de perder

Então, de nada adiantar bons “conselhos” sobre o que fazer com o dinheiro se seremos traídos por nossa intuição e percepção. Num ensaio a ser publicado discorro sobre a importância destes temas serem levados para as aulas de educação financeira. De nada adianta instrumentalizar as pessoas se, em algum momento, serão traídas literalmente pelos seus “instintos”.

O que está descrito acima está escrito na coluna de Peter Jancso, senão vejamos quando ele diz “gastar dinheiro pra mostrar a todos que você tem dinheiro é o caminho mais rápido pra ter menos dinheiro”. Essa é a Maldição Social combinada pela miopia em relação ao tempo. Os resultados obtidos no mercado financeiro serão no longo prazo dada a força do reinvestimentos (juros sobre juros), mas a impaciência combinada com a necessidade de aprovação social impedem a formação de poupança.

Espero que tenham gostado.

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