Racionalidade, o problema das ervas e juros compostos

Para Steven Pinker a racionalidade pode ser vista como a capacidade de empregar o conhecimento para atingir determinados objetivos. Por sua vez o conhecimento é tipicamente é definido como uma “crença verdadeiramente justificada”.

Mas por que falar de racionalidade? Ela é fundamental para entendermos sob tomadas de decisões. Nesta caso, a literatura está repleta de evidências acadêmicas que falhamos em diversos julgamentos. Uma das referências é o professor Daniel Kahneman. Suas pesquisas indicam das dificuldades em realizarmos julgamentos. De uma maneira didática o professor indica que tomamos decisões de maneira intuitiva e perceptiva (Sistema 1 ou Automático) bem como de maneira racional (Sistema 2 ou Controlado).

Nosso comportamento tem afastado o desempenho considerado normativo, de acordo com os modelos racionais de tomada de decisão. Esta defasagem entre os aspectos normativos e os descritivos pode ser interpretada como indicativa da racionalidade limitada.

No entanto, interpretações alternativas preservam o pressuposto que o nosso comportamento e a cognição são amplamente racionais. Para Keith Stanovich e Richard West, no trabalho de pesquisa Individual Differences in Reasoning: Implications for the Rationality Debate? esta defasagem é devida a:

• erros de desempenho;

• limitações computacionais;

• norma mal aplicada pelo experimentador;

• uma construção de diferentes tarefas pelos sujeitos.

Então, no livro Racionalidade o professor Steven Pinker relembra o caso do problema matemático das ervas daninhas. Então, num trecho de um campo com ervas daninhas, todos os dias o trecho dobra de tamanho. Ao levar 30 dias para que as ervas daminhas cubram todo o campo, qual o tempo necessário para que elas tenham coberto a metade do campo?

Considerando que a norma não foi mal aplicada pelo experimentador ou que a tarefa está clara, uma provável explicação para que você pense em 15 dias é que ocorreu uso da intuição e percepção. Na verdade são necessário 29 dias para metade, pois em seguida, ao dobrar de tamanho teríamos todo o campo coberto.

Com isso, independente da compreensão do problema ou não, parece que sofremos, de modo geral, de uma não visualização do comportamento exponencial. Assim, especialistas podem ser traídos.

Não é a toa que pessoas, como George Bush, poderiam ter afirmado que subestimam de maneira equivocada o crescimento exponencial. Para Steven Pinker a intuição não capta o crescimento exponencial e sim algo que cresce a taxas constantes. Então, independente de tomarmos decisões pelo Sistema 1 (intuito ou perceptivo) conforme conduz professor Daniel Kahneman ou, o Sistema 1 não é capaz de lidar com o crescimento exponencial, o fato é que as pessoas não saberão lidar com juros compostos.

Outros experimentos tem dado conta que ao lidarmos com situações que envolvem juros compostos (portanto, crescimento exponencial) os resultados estão distantes daqueles considerados corretos. Logo, fica um alerta para negociações com juros compostos.

Espero que tenham gostado.

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