O método Kakebo, sociedade hiperativa e perseverança

De modo geral, não existe um método para que todos tenham sua independência financeira (pra mim pouco diferente de equilíbrio financeiro onde a renda é igual aos gastos), isso porque, as configurações familiares são diferentes. Mas sim, podemos ter alguns comportamentos que ajudam na busca desta independência financeira. Assim, motivado pela reportagem da BBC News Brasil, algumas situações podem ser comentadas em nosso post.

A reportagem intitulada Kakebo: o antigo método japonês para controlar gastos e poupar dinheiro, serve como um balsamo para aqueles que buscam sua independência financeira. O método é simples e não requer sofisticação: criado no Japão em 1904 a ideia é registrar no papel todos os gastos que uma família arca e, ao confrontá-los com a renda ou rendas (salário, aluguéis e juros) ter um saldo destinado para poupança.

Na reportagem, ainda é tratada a possibilidade destes gastos serem apresentados em categorias (gastos essenciais, gastos com lazer e extras), o que pode auxiliar no controle. Lógico que quanto maior seu domínio, maior é a chance de você, ainda que no papel, criar outras categorias. E tudo bem com isso.

Mas o que Kakebo como método oriental prega? Além de perseverança, que essa relação entre entradas e saídas de dinheiro seja feito à mão. Mas isso não seria um castigo? Caberia até uma questão filosófico para outra oportunidade, mas se você quiser avançar recomendo o Ensaio Não-Coisas, em que estamos numa era digital. Retornando aos lançamento manuais, o que justifica essa atitude é o processamento da informação.

Em outros posts no meu blog já falamos da Contabilidade Mental: a partir dela enxergamos as partes e nos perdemos nos gastos. Inclusive porque as evidências acadêmicas indicam que não temos a sensação de gastar no cartão de crédito. Mas gastamos (e muito).

Mas e a perseverança? Para o método japonês é através do uso diário que os resultados são obtidos. O que me preocupa é que na prática estamos imersos num mundo digital em que impera o hiper (ativo, informado e visível). Não tenho a menor dúvida que o método serve como alternativa de deixar nossa sociedade menos cansada (em referência a obra Sociedade do Cansaço) uma vez que retornaremos para o mundo das “coisas terrenas”.

Embora exista na reportagem uma indicação de que os resultados sejam obtidos em três meses, o importante é que a independência seja construída. Então, não é o tempo de três meses e sim a persistência em modificar uma situação em que o desequilíbrio financeiro permita uma vida pautada no crédito (gastam-se renda e crédito).

Não que esse método seja o melhor, mas pode ajudar você. Qualquer tentativa de verificar seus gastos e fazer com os mesmos sejam menores que sua renda é um caminho para formação de poupança.

Espero que tenham gostado.

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