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O custo financeiro de estar atualizado, as opções de leasing e a lógica do “financiamento” renovável

Quanto custa estarmos atualizados? Estamos falando de atualizações tecnológicas e dentre elas, a “indústria” do smartphone é uma das mais previsíveis. Todo ano novas modificações são incorporadas aos aparelhos deixando os atuais com a “sensação” de obsoletos. Nessa obsolescência programada, graças ao advento do cartão de crédito estamos livres de: apertar o cinto, privarmo-nos de alegrias, de gastar com prudência, colocar o dinheiro para render num mercado que mal conhecemos e ter paciência para economizar o suficiente e realizarmos a compra. Hoje, com um cartão de crédito na mão (ou mesmo num smartphone) é possível dar adeus a espera. Desfrute agora e pague depois.

Em paralelo à essa discussão sobre as alternativas de desfrutar agora e pagar depois, as empresas quando tem a necessidade de financiamento de ativos fixos (aqueles que são usados para geração das suas receitas, a exemplo das máquinas e equipamentos), podem realizar financiamentos como também podem alugar esses ativos fixos. Assim, as operações de “leasing” permitem que as empresas aluguem um ativo fixo e, conforme o contrato, exercem no final dele (ou durante ele) o direito de aquisição. Basta pagar o chamado Valor Residual Garantido (VRG) para que a transferência de propriedade seja realizada. Uma vantagem desta modalidade é que as empresas ficam isentas do Imposto de Operação Financeira (IOF). Uma vez que essa discussão é ampla, no sentido das condições em que há vantagens para empresas realizem ou não o leasing faço uso desta situação para relacionar que operações semelhantes já são realizadas, através das instituições financeiras para smartphones (você não estaria atualizado num celular).

Uma parceira do Banco Itaú (embora outros bancos já realizem) e a Apple permite para aqueles que não estão dispostos a economizar o suficiente para realizarmos a compra, o aluguel. Uma vez que existem para cada aparelho (smartphone) algumas condições, irei relacionar o iPhone 15 Pro, cujo preço médio de mercado é de R$ 9.299,00 (nada impede que durante a leitura deste post o preço esteja diferente) e que pode ser alugado por 21 meses, pagando um aluguel (assinatura) de R$ 345,90. Ao final, semelhante a ideia do leasing, você pode pagar R$2.789,70 e ficar com o mesmo em definitivo. vale lembrar que essa “indústria” é criativa, ou seja, em 21 meses teremos outras gerações de smartphones.

Matematicamente falando (não conseguimos desenvolver essa métrica algébrica neste post) o custo de 0,54% não é elevado, quando comparado com a possibilidade de aplicarmos o dinheiro a 1% ao mês. Embora o custo não seja elevado, existem condições favoráveis para que esse aluguel (assinatura) se estabeleça como renovável. Alias, como bem afirma o professor Clóvis de Barros de Filho em uma de suas palestras: depois da compra você não irá ver nenhum propaganda de cartão de crédito dizendo pra ser feliz e coloque seu cartão numa gaveta. Logo, lembro muito das ideias de Bauman em Vida à Crédito. Se não podem comprar vamos endivida-los.

Assim, antes de qualquer atualização fique atento aos alugueis disfarçados de “financiamento renovável”.

Espero que tenham gostado.

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