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Entendendo mulheres e homens quando o assunto é dinheiro e o papel do gestor financeiro

Em recente reportagem do Valor Investe os desafios dos objetivos financeiros de curto prazo, a partir do olhar de 400 investidores revelou que, embora os mulheres e homens estejam em momentos atuais diferentes, eles possuem motivações e objetivos em comum quando o assunto é economizar dinheiro ou investir.

Estabilidade nas finanças, independência financeira e segurança para enfrentar crises são motivos levantados por mulheres e os homens que investem com regularidade. No entanto, em relação à atual fase da vida pessoal, existem diferenças: 41% das mulheres entrevistadas pensam em construir legado, herança e patrimônio. 30% dos homens buscam consolidação para viver de forma independente e não esquecem da profissão: querem uma especialização (estatísticas indicam alteração de salário conforme a qualificação profissional).

Mas será que homens e mulheres pensam diferentes sempre? A pesquisa realizada pela Rico, do Grupo XP em parceria com a Mosaiclab levantou que os objetivos podem ser semelhantes. Assim, realizar uma viagem internacional lidera a lista tanto para elas (31%), como para eles (35%). Ambos têm intenção de comprar uma casa ou imóvel (30% dos homens e 29% das mulheres) e também empreender (28% e 27%, respectivamente).

Neste momento, o papel do gesto financeiro é fundamental. Assim, a partir de uma análise da capacidade de postergar consumo (poupança), da idade e perfil sobre as aplicações financeiros, o mesmo poderá ajudar tanto as mulheres como os homens sobre planejamento financeiro. Embora a pesquisa traga informações valiosas ter acesso a mesma me remeteu a uma outra pesquisa realizada em 2007.

Feita pelo psiquiatra Luiz Cuschnir, especialista na relação de gêneros do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), o objetivo era verificar a ilusão feminina quanto ao romantismo dos seus parceiros. Assim, a pedido do jornal Valor Econômico, o psiquiatra ouviu mulheres e homens de diferentes faixas etárias, classes sociais e graus de instrução acerca do que fariam com dinheiro. A ideia era saber se as respostas tenderiam para o investimento na relação do casal e na construção de uma família ou para o consumo individualista. Os resultados não deixaram dúvidas de que homens e mulheres tinham prioridades diferentes: enquanto 40% delas investiria em uma viagem a dois, essa opção não foi escolhida por nenhum deles. O mais alto índice (38%) na lista de desejos do sexo masculino foi alcançado pela casa nova, opção apontada por apenas uma entre quatro mulheres (25%).

Então, com base em duas pesquisas em épocas diferentes e com amostras diferentes podemos verificar que, a partir da segunda pesquisa há uma alteração na maneira de definir o dinheiro como responsável por atender a objetivos do casal. O mais sensato seria que as amostras não fossem diferentes, mas é o que tenho disponível para elaborar posicionamentos sobre como mulheres e homens reagem em relação ao dinheiro. Semelhante a primeira reportagem (mais) recente, a pesquisa elaborada pelo psiquiatra Luiz Cuschnir ainda me faz refletir sobre a formação de poupança.

Qualquer orçamento de caixa (empresarial) ou até mesmo de condomínio devem ter um saldo emergencial (neste último caso, fundo de reserva). Logo, independente do olhar feminino e masculino sobre como o dinheiro deve ser utilizado, mas duas pesquisas percebi a ausência de preocupações com a aposentadoria. E isso me faz lembrar uma declaração do professor Eduardo Giannetti: se valorizarmos somente a juventude (aqui e agora) estaremos fadados ao insucesso.

Espero que tenha gostado.

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