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Consumo consciente e finanças: passando por Schumpeter até Bauman

Será que está na hora de o mundo pisar no freio? Essa é a pergunta da Reportagem do Valor Econômico.

A resposta deveria ser afirmativa, diante do cenário atual – caótico do ponto de vista socioambiental diante dos dados sobre o estado geral do ambiente natural e da saúde mental da humanidade.

Assim, o desejo pela desaceleração de ritmo de vida, de uso de telas e de consumo tem aparecido com bastante frequência em estudos de tendências de comportamento. Os estudos, conforme a reportagem são realizados com grupos com níveis mais elevados de renda e segurança econômica.

As conclusões tem identificado que essas pessoas estão ávidas por conexões humanas autênticas e por desacelerar o ritmo de vida, diante do imediatismo imposto pela tecnologia. Embora a tecnologia possa favorecer esse imediatismo é preciso lembrar que diversos estudos em finanças comportamentais tem evidenciado que nosso propensos ao curto prazo. Logo, a tecnologia favorece isso, mas não é a responsável.

Esse desejo, que se desdobra em vários aspectos do comportamento das pessoas e também nos seus hábitos de consumo, não é novo, ao contrário está relacionado à crescente preocupação com o meio ambiente e à intenção de consumir de maneira consciente.

Na própria reportagem há uma citação de uma empresa pública de energia da Suécia que através de campanha publicitária recente veiculada em outdoors, anúncios em ônibus e outras peças de mídia: “Faça menos pelo clima – comprando menos, comendo menos carne, usando menos plástico, fazendo menos viagens de longa distância e, claro usando a eletricidade de forma mais inteligente”

Mas então por que citar a obra de Joseph Schumpeter? Por ser uma obra clássica em econômica o autor é o criador da terminologia “destruição criativa”. Então o capitalismo tem por natureza um método ou forma de mudança que nunca pode estar estacionário. o que inevitavelmente conduz para um consumo sem fim. Em contrapartida, a própria reportagem trata de algumas experiências de empresas que já estão diminuindo o ritmo de mudanças em seus produtos.

É um cenário que deve ser acompanhado. Para o sociólogo polonês Zigmunt Bauman o consumo tende a ser líquido no sentido de compras de produtos não duradoras. No meio caminho uma parcela da humanidade parece perceber que essas ações impactam o meio ambiente bem como a saúde mental.

O relatório da pesquisa sugere que, em 2024, haverá um aumento da busca por qualidade de vida, com valorização da comunidade e da conexão interpessoal. São tendências que aparecem.

Espero que tenham gostado.

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