Essa indagação é fruto de um Trabalho de Conclusão de Curso de minha orientanda Emanuela dos Santos. No seu trabalho de pesquisa Emanuela explica que as famílias monoparentais femininas têm sido objeto de estudos recentes, com o intuito de compreender suas características, desafios e impactos na vida das mulheres que as compõem. Uma das questões centrais relacionadas a ao tema diz respeito às razões que levam as mulheres a assumirem a criação dos filhos. Situações como a separação conjugal, o divórcio ou o falecimento do cônjuge são eventos que frequentemente levam as mulheres a se tornarem chefes de família. Logo é um tema a ser compreendido em seus aspectos sociais, econômicos e culturais a fim de fornecer suporte adequado a essas famílias.
Será que as empresas tem observado essa situação? Pela importância o tema de finanças também deve ser tratado. Uma vez que toda pesquisa deve-se apoiar em outros estudos, a pesquisa de Emanuela tem suporte em diversas outras pesquisas, inclusive no trabalho Educação Financeira, Condição de Vulnerabilidade: uma análise da saúde e bem estar de três docentes. As autoras analisam a saúde financeira de famílias monoparentais femininas, focando nas chefes de família. Através das entrevistas revelam como essas mulheres lidam com desafios financeiros, incluindo comportamento de consumo frente ao crédito fácil, desejos pessoais e aspirações familiares. O estudo destaca a importância do tema e a necessidade de programas educativos. O perfil das entrevistadas é diversificado em idade, estado civil, número de filhos, escolaridade e renda.
Assim, a maioria enfrenta a responsabilidade de ser a única provedora, muitas vezes sem apoio familiar. A falta de orientação financeira, aliada à facilidade de crédito, resulta em consumo inconsciente e endividamento. A gestão financeira é desafiadora, especialmente para atender às necessidades dos filhos. A educação financeira é escassa, e a aprendizagem ocorre empiricamente. A vulnerabilidade financeira afeta o bem-estar e a qualidade de vida, evidenciando a necessidade de intervenções educativas e políticas públicas (e ou privadas, na minha visão) mais eficazes.
Mas o que minha aluna evidenciou?
Através de uma pesquisa de opinião pública, logo sem necessidade de submissão a Comite de ética, foi possível identificar num grupo de 350 alunas idosas que fazem parte da Universidade Aberta da Terceira Idade que 94,5% das participantes acreditam que um conhecimento mais amplo sobre finanças comportamentais poderia melhorar sua vida financeira. Isso reforça a tese de que uma educação financeira sólida é essencial para tomar decisões informadas sobre dinheiro e planejamento financeiro.
Os resultados também indicam que 60% das aposentadas acreditam ser importante o planejamentos financeiros e 71,5% concordam que os programas do governo destinados a famílias de baixa renda contribuem para uma melhor situação financeira. Logo, a importância da educação financeira desde a infância, sugerindo que programas governamentais podem influenciar positivamente os comportamentos financeiros também é comentada.
Os dados da pesquisa de Emanuela Santos ainda revelam que 43% indicam empréstimos e financiamentos para emergências e 82% compras parceladas, em conjunto com a falta de conhecimento financeiro evidenciada pelas três autoras do trabalho já citado, corroboram a pesquisa. Há um destaque em que a falta de conhecimento financeiro pode levar a escolhas inadequadas, resultando em perdas financeiras.
O que fazer?
Apoio a todos envolvidos, entendendo apoio como acesso a educação (mudança de comportamento) financeira. Assim como as demais configurações de outraas famílias é preciso suporte para lidar com tal situação. Embora autores tenham fortalecido o papel do Estado, particularmente não descarto o papel da iniciativa privada. Por isso a pergunta destes post (Como estão as finanças das famílias monoparentais femininas nas empresas?).
Espero que tenham gostado.
