people, sitting, resting-1394377.jpg

Aumento da expectativa de vida, Ciclo de vida e poupança e o paternalismo “libertatório” para os gestores de pessoas

A manchete da capa da revista inglesa “The Economist” afirmava que alcançar os 100 anos, apesar de atualmente ainda ser pouco comum, pode se tornar uma regra no futuro, e que atingir os 120 anos pode ser possível graças aos trabalhos científicos promovidos para prolongar a vida. Algumas reportagens dão conta que no Brasil a expectativa de vida deve ser de 74 anos e, conforme os avanços (cuidados com a saúde, alimentação e atividade física) pode chegar aos 100 anos.

Logo isso deve alterar a maneira como planejamos a nossa aposentadoria. No passado (1954) os professores Modigliani e Brumberg foreneram a base para o Ciclo de Vida e Poupança. A ideia dos autores era descrever o processo de acumulação e desacumulação da riqueza ao longo do ciclo da vida. Como qualquer modelo, devem existir paramêtros e, eles estavam apoiados numa renda constante durante a jornada de trabalho, caindo a zero após alguns anos de trabalho. Por ser um artigo clássico, mesmo que a renda não seja constante ao longo da nossa jornada, suas ideias são importantes quando o assunto é poupança e aposentadoria.

No livro Tenha Modos com o seu dinheiro tive oportunidade de utilizar os conceito de Modigliani e Brumberg e com base numa renda anual de 36 mil e 40 anos de serviços prestados a poupança estimada seria de 480 mil. Há no livro outras atualizações que permitem que esse recurso acumulado seja superior a 480 mil. Não há malabarismo financeiro, apenas aplicações conservadoras.

Agora, com o aumento da expetativa de vida esses números podem ser revistos. De outra forma, om o aumento da longevidade é preciso planejar as finanças de uma forma diferente. O planejamento deve ser para a longevidade, e não mais para a aposentadoria. A preparação para a longevidade deve começar mais cedo e precisa ser planejada.

Nessa situação, qual o papel dos gestores de pessoas?

Alguns artigos científicos indicam que nem todos tem autocontrole. Isso também afeta a formação de poupança. No artigo Save More Tomorrow: using behavioral economics to increase employee saving os autores indicam que para os americanos a poupança pode ser constituída pela seguridade social, pelos planos de pensão particulares e pela aquisição da casa própria. Nos Estados Unidos a seguridade e os planos de pensão exigem vontade por parte dos participantes.

Visando corrigir essa dificuldade os professores Richard Thaler e Shlomo Bernartzi implantaram em 1998 um plano paternalista. Para isso, os colaboradores da empresa eram inscritos automaticamente nos planos de pensão particulares. Agora, caso não tivessem interesse teriam que solicitar o cancelamento. Ou seja, a maior parte dos inscritos manteve-se no plano. Então, o paternalismo visava tão somente corrigir essa inércia para inscrição num programa de aposentadoria. Lógico que essa responsabilidade não é dos gestores de pessoas, no entanto, nada impede que essas ações possam ser tomadas visando a formação de poupança.

Espero que tenha gostado.

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Rolar para cima
× Como posso te ajudar?