Em trabalho acadêmico realizado em 2020 por Rodolfo Prates, Marcos da Fonseca e Adriana Fabrini foi possível identificar uma relação de causalidade (no sentido de Granger, ou seja que diz respeito à existência de uma precedência temporal de uma variável na outra) sobre o termo bitcoin e o preço da bitcoin. Ou seja, o número de reportagens causa a quantidade de informações e o preço da bitcoin. Assim, em paralelo a essa investigação acadêmica, as redes sociais discutiram recentemente sobre as declarações da Presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano solicitando que os clientes realizem compras com crédito pré-aprovado. Não há esforço algum em, ao conciliar o trabalho acadêmico de 2020 com as recentes declarações, concluir que o volume de informações sobre tal declaração modificou os preços das ações. No entanto, é preciso alertar que os preços podem sofrer mudanças mas, no tempo, serem corrigidos se necessário.
Essa correção e a ideia do mercado ser Eficiente (HME) são discussões importantes (trato indiretamente delas no livro Proteja-se de Você Mesmo, Editora Ciência Moderna). Quando o mercado é dito eficiente é difícil ter investidor ganhando acima do mercado (índice da bolsa de valores como referência). No entanto, caso isso seja possível a literatura trata a Hipótese do Mercado Eficiente como forma semiforte. De outra forma, evita-se o imediatismo e a elevada mudança de ações na carteira do investidor além de saber lidar com as informações disponíveis. E justamente aqui não posso de dizer que é difícil lidar nesse mercado, mas não só tão somente apoiado em artigos acadêmicos (como em Proteja-se de Você Mesmo) mas em uma frase de Bauman ao afirmar o biólogo E. Wilson: “Estamos nos afogando em informações e famintos por sabedoria”.
