O filósofo coreano tornou-se referência com suas obras. Duas delas me chamam à atenção: Sociedade do Cansaço e Não-Coisas. As duas obras exploram o conceito do hiper (comunicação, informação, visibilidade). Nos conceitos vivemos numa sociedade de poluição. Seus resíduos invadem nosso lares através do smartphone. Em cada espaço das redes sociais uma oportunidade para divulgar, para convencer, para atrair e facilitar o consumo, ainda que à credito.
O próprio pensador explica que o lixo da informação e da comunicação destroem a paisagem silenciosa. As letras imploram nossa leitura enquanto que as coisas despertam nossos sentidos: quadros, lixos pintados; logotipos, lixos escrito; propaganda, lixo visual; comercial, lixo musical. Logo, são manifestações que se impõem obscurecendo a paisagem discreta e silenciosa, fundamental para nossa saúde mental.
Assim, numa sociedade hiper (comunicativa, visível e informativa) a grande batalha é por nossa atenção. Quer seja de empresas que, através do algoritmos sabem o que precisamos, quer de outras pessoas que clamam por atenção a qualquer custo. Isso está bem argumentado quando Byung-Chul Han afirma que produzimos informações (conteúdo) para que outras pessoas gostem. Para ele, os rouxinóis não mais piam para assustar aos outros, mas, para atrair. Logo o tema é expor-se, compartilhar tudo de nossa vida.
A ordem terrena cede espaço para a digital, Na ordem digital não há silencio, há tão somente barulho e confusão. Logo, numa apropriação filosófica não mais resistimos. Estamos aptos e dispostos a consumir topo tipo de informação, seja ela empresarial ou de outras pessoas. Se em finanças comportamentais ao longo do ano de 2024 eu tenha discutido nossa tendência à impulsividade, Byung-Chul Han busca em Nietzsche o bálsamo que a capacidade de saber reagir aos impulsos.
A era digital é a era do dedo (digital) e com ela o smartphone. Esse “aparelho mágico” não mais permite a comunicação entre as pessoas. Ele permite tudo, desde que numa fração de segundos nossos compromissos e “desejos” sejam atendidos para assim, prontamente, novos outros possam ser gerados. Se nesta relação somos incapazes de reagir estamos enfermos. É logico que através de qualquer aplicativo (embora lápis e papel façam isto) teremos nossa conta bancária na palma de nossa mão. No entanto, o digital nos tira a chamada “dor de pagamento”.
Por não gostar de dicas e truques por um motivo simples: as configurações familiares são distintas em formações e fases, tenho evitado listar um procedimento que possa, caso você siga à risca, eliminar todos os seus problemas. Nas estou tranquilos, não lhe faltam “gurus” capazes de tal proeza.
O que tenho a dizer é que neste início de 2025 mantenha reserva com o mundo digital e assim você poderá evitar as apostas on-line, assinaturas que depois de feitas são pouco utilizadas, novas parcelas no cartão de crédito de compras de impulso e compras desnecessárias. Tão somente a você cabe decidir o quanto é saudável apostar, o quanto você efetivamente consome de assinaturas, o que cabe no cartão de crédito ou não cabe pois as parcelas já existentes comprometem sua renda e, por fim, não menos importante o que é necessário e o que não é necessário.
Não acredito que a solução seja trocar seu smartphone por um telefone celular, embora algumas informações nas redes sociais tenham veinculado esta tendência. Mas ela pode ser um caminho entre tanto outros que permitam que seu 2025 seja silencioso.
Espero que tenham gostado e peço que compartilhem com aqueles que você mais gosta.