Em uma de suas palestras, o professor Clóvis de Barros Filho, consegue definir que sempre estamos esperando o melhor. Assim, para o “explicador” desde que você esteja cursando o primeiro grau o vale mesmo é o segundo. Lá tudo é diferente. Acontece que, quando você alcança o segundo o grau o que valor é o 3o ano, aquele que antecede seu ingresso numa universidade. No terceiro ano tudo é diferente. E na busca dessa diferença, acreditando que os degraus sejam ultrapassados melhor que o 30 ano é a universidade. Mas quando, enfim conseguimos acesso à universidade dois mundos se apresentam: os veteranos, prontos ao mercado de trabalho e você calouro. É claro que já esteja cansado, mas as narrativas desta palestra, ainda vivas em minha memória me fazem escrever que o melhor está por vir. Ou seja, melhor que calouro é mesmo ser veterano.
Acontece que ser veterano é estar próximo de um emprego, ou mesmo de um estágio. Mas quando iniciamos nossa jornada de aprendiz, quando tudo parece que já almejamos o que queríamos percebemos que o legal é mesmo ser contratado. Melhor que ser estagiário é ser analista. Em algum momento, através da capacitação, treinamento e valorização interna você consegue ser analista. O status de estagiário cede lugar para o de analista. Conforme as atribuições do cargo são apresentadas você descobre que o legal mesmo é ser Supervisor. Acontece que é preciso experiência e com o tempo finalmente você consegue ser Supervisor. Agora junto com um pacote de benefícios você tem a responsabilidade de conduzir uma equipe de analistas. Tudo parece caminhar para o exercício de um trabalho quando você observa que o legal agora é ser diretor. Então suas responsabilidades aumentam embora você sabe que não existam vagas para todos. Ou seja, nem todos serão diretores. Mas ainda assim, com dedicação e preparação você consegue a tão sonhada vaga de Diretor.
E antes que você desista por não identificar-se com essa estrutura tradicional à qual nem todas as profissões estão expostas (na universidade eu comecei como auxiliar, assistente e atualmente sou Adjunto, esperando o melhor em titular e finalmente em pleno), a discussão é sobre essa passagem que nem sempre aproveitamos por acreditar que o melhor estará mais à frente. Na narrativa caberiam ainda a Presidência e o Conselho de Administração. E depois desses degraus todos o que fazer?
Infelizmente não tenho respostas. Não sou especialista em gestão de carreiras, embora elas sejam importantes, não posso deixar de falar da aposentadoria. Na universidade a identificação com a profissão é tamanha que extrapolamos a idade e, conforme cada regimento, alguns anos ainda são concedidos à docência (pesquisa e extensão). Mas a minha reflexão é entre o período em que ingressamos no primeiro grau até o Conselho de Administração (no meu caso ao cargo de Professor Pleno) o que iremos fazer sobre aposentadoria? Será que ela deve ser discutida tão somente no final da nossa carreira?
Isso porque um produto do mercado financeiro definido como RendA+ nos dá algumas dicas de como estando pensando em aposentadoria. Levantamento realizado pela Valor Investe indica que, embora o produto financeiro tenha sido desenhado para pequenos investimentos no início e maiores aportes no longo prazo, está acontecendo o contrário. Ou seja, maiores aportes estão sendo realizados para que resgastes também sejam feitos no curto prazo. Se na gestão de carreiras o melhor sempre está por vir num novo degrau, aqui o melhor deve vir logo. Isso preocupa. Logo, é urgente que se crie um comportamento de investimento de longo prazo, no sentido de quem pretende aportar, aporte seus recursos aos poucos e lá na frente recupere esse valor. Acreditar que somente os resultados serão obtidos no curto prazo é ter consequências desastrosas para toda uma economia.
E hoje, você já pensou no que está fazendo para sua aposentadoria?
Espero que tenham gostado.
